Cascais recebe mais 64 mil árvores para a reflorestação da Quinta do Pisão através de projeto-piloto

10-04-2025

A Câmara Municipal de Cascais e o Grupo Sylvestris, S.L. vão implementar um projeto-piloto para a plantação de 64 mil árvores autóctones, que vai contribuir para a reflorestação da Quinta do Pisão, em Cascais.

Esta ação, que faz parte do projeto Motor Verde +Floresta da Fundação Repsol e do Grupo Sylvestris, contempla a plantação e sementeira de espécies autóctones numa área de 66 hectares na Quinta do Pisão de Baixo, uma zona exposta aos fenómenos naturais que têm prejudicado o restauro espontâneo da flora local. O financiamento do projeto é integralmente assegurado pelo Grupo Sylvestris. A plantação e sementeira de 64 mil plantas, insere-se no Plano de Paisagem de Cascais e na política de valorização ambiental do território.

O Motor Verde +Floresta é um projeto de grande escala da Fundação Repsol em parceria com o Governo português, e tem como objetivo arborizar terrenos florestais ou não florestais, desde que os mesmos não tenham à data arvoredo, podendo ser públicos, privado ou baldios, através da plantação de árvores autóctones. Esta iniciativa, pretende contribuir para a absorção de 25 milhões de toneladas de CO₂, promovendo a descarbonização através de soluções baseadas na natureza, a biodiversidade e a recuperação de ecossistemas afetados por incêndios.

António Calçada, Diretor Geral da Fundação Repsol, destaca que este é o maior projeto de reflorestação em grande escala em Portugal para compensação da pegada de carbono. "O Motor Verde +Floresta é um exemplo de uma solução baseada na natureza para o sequestro de carbono. A Península Ibérica, graças à sua localização, disponibilidade de terras e clima, pode tornar-se num dos mais importantes sumidouros de carbono da Europa", refere.

Para Nuno Piteira Lopes, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, "este projeto-piloto visa contribuir significativamente para a reflorestação da Quinta do Pisão, promovendo a recuperação ambiental e a biodiversidade local. Este tipo de iniciativa, que está alinhada com as políticas de sustentabilidade e preservação ambiental do município de Cascais, é fundamental para combater as alterações climáticas, restaurar ecossistemas naturais e criar áreas de lazer e educação ambiental para a comunidade".

António Nora, Diretor Geral da Sylvestris em Portugal, concretiza que o projeto-piloto "prevê a intervenção em 8,5 hectares através de sementeira e em 57,4 hectares de plantação. Serão utilizadas as seguintes espécies: Pinheiro-manso (Pinus pinea), Carvalho-cerquinho (Quercus faginea), Zambujeiro (Olea europaea var. sylvestris), Alfarrobeira (Ceratonia siliqua) e Medronheiro (Arbutus unedo). Serão constituídos bosquetes de 200 a 300 exemplares da mesma espécie, com um espaçamento de 3x3 metros, resultando em aproximadamente 1.111 árvores por hectare. Estima-se que 70 a 75% da área seja ocupada por pinheiro-manso e carvalho-cerquinho, enquanto as restantes espécies ocuparão o espaço remanescente."

O projeto-piloto prevê ainda a manutenção desta área de floresta durante 50 anos, período em que se estima que as árvores agora plantadas sequestrem 10.000 toneladas de carbono equivalente da atmosfera e, consequentemente, contribuam para a mitigar as alterações climáticas. Além disso, este é um importante contributo na regeneração do ecossistema local e um passo pioneiro no Mercado Voluntário de Carbono (MVC) em Portugal.

O MVC é um instrumento de medidas compensatórias pelas emissões de CO2 que permite apoiar o cumprimento dos objetivos nacionais em matéria de ação climática, acelerando a transição para uma sociedade neutra em carbono e reforçando o compromisso com os "Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", com os quais o Município de Cascais está ativamente comprometido e empenhado.